Teorema Zero - Zero Theorem (2013) de Terry Gilliam
- Thiago Beckenkamp
- 10 de jul. de 2015
- 2 min de leitura

Qohen Leth (Christopher Waltz) é um funcionário em uma empresa cujo objetivo é descobrir a razão para a existência humana. Após de várias tentativas de afastamento do seu local de trabalho, devido a problemas em lidar com o mundo exterior ele consegue permissão para trabalhar em casa.
Filmes dirigidos pelo Terry Gilliam (Brazil, O Filme) sempre tem características marcantes. É fácil identificar um de seus filmes nos primeiros quadros. Os figurinos, a ambientação, os ângulos, todos sempre são bem característicos, nem todo diretor carrega consigo uma marca tão forte que se faça fácil perceber do modo como Terry Gilliam faz. Porém, especificamente neste filme algumas características de trabalhos anteriores ficaram pesadas demais, durante todo o filme foi inevitável sentir que eu estava vendo uma reciclagem de outros filmes do diretor.
Logo nos primeiros minutos o filme prendeu minha atenção, a sociedade como é apresentada, de modo satírico é claro, é muito caricata e demonstra as principais crises e questionamentos contemporâneos. O roteiro, apesar de simples, traz questionamentos interessantes, apesar de um pouco batidos. Porém o filme é extremamente didático, ainda mais quando comparado com outras obras do diretor, tudo é muito bem explicadinho e mastigado.
Existem metáforas por todos os lados. O modo como o protagonista se refere a si mesmo no plural, em uma referência a todos nós, afinal todos nos questionamos sobre o sentido de nossas vidas. Além disso, o protagonista passa seus deixando de lado atividades e pessoas, para ficar em casa esperando uma ligação que supostamente revelará o sentido de sua vida. Algumas das metáforas são bem interessantes, mas como citei antes, o assunto tratado no filme é de senso comum, não há nada de muito revelador, que vá abrir os olhos de quem assisti-lo.
O maior crédito do filme está na cenografia e no figurino. Que fogem do convencional e ajudam a manter a característica de um filme que quer falar sério apesar de ser bem humorado. Quanto à atuação, é comum esperar que Christopher Waltz roube a atenção em todos os filmes que participa, mas desta vez quem me surpreendeu foi Matt Damon, no papel de um personagem chamado apenas de “Menagement” (administração), é uma projeção de quem comanda as pessoas em empresas, sempre observando a todos e controlando cada aspecto do que acontece sob seu comando.
No máximo um filme “legal”, talvez a decepção esteja em não aceitar uma obra razoável de um diretor do porte de Gilliam. Um filho desengonçado de “Brasil: O Filme”
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